No turbilhão
No meu sonho desfilam as
visões,
Espectros dos meus
próprios pensamentos,
Como um bando levado
pelos ventos,
arrebatado em vastos
turbillhões...
Num espiral, de
estranhas contorções,
E donde saem gritos e
lamentos,
Vejo-os passar, em
grupos nevoentos,
Distingo-lhes, a
espaços, as feições...
-Fantasmas de mim mesmo
e da minha alma,
Que me fitais com
formidável calma,
Levados na onda turva do
escarcéu,
Quem sois vós, meus
irmãos e meus algozes?
Quem sois, visões
misérrimas e atrozes?
Ai de mim! ai de mim! e
quem sou eu?!...
Antero de Quental
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